Os transtornos mentais são condições que afetam o pensamento, o sentimento, o humor e o comportamento de uma pessoa, e que podem se manifestar em qualquer fase da vida, trazendo diversas complicações. Seus impactos se estendem ao campo psicológico e, dependendo da gravidade, podem também afetar a saúde física, bem como prejudicar as relações pessoais, sociais e profissionais. Os transtornos mentais variam em tipo e gravidade e, para aqueles que estão relacionados ao ambiente de trabalho, incluem quadros como ansiedade, depressão, transtornos psicossomáticos, entre outros.
Quando surgem precocemente, os transtornos mentais podem comprometer o crescimento profissional, dificultando o acesso dos indivíduos ao mercado de trabalho formal. Isso pode levar à exclusão social, à perda da identidade pessoal, da dignidade e dos direitos de cidadania, além de sobrecarregar emocionalmente e financeiramente os familiares, que acabam assumindo grandes responsabilidades.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. Alguns outros sintomas comuns seriam: Cansaço excessivo, físico e mental, Sentimentos de incompetência, Sentimentos de fracasso e insegurança, entre outros. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma do tratamento, conforme cada caso.
Os transtornos de ansiedade são condições psicológicas que envolvem sentimentos de ansiedade, medo ou apreensão excessivos e persistentes que interferem na vida diária de uma pessoa, como por exemplo:
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Caracterizado por uma ansiedade excessiva e persistente sobre várias coisas, como trabalho, finanças, saúde, etc.
Transtorno do Pânico: Caracterizado por ataques de pânico recorrentes, que são episódios intensos de ansiedade e medo que podem incluir sintomas físicos, como palpitações, sudorese e tremores.
Transtorno de Ansiedade Social (TAS): Caracterizado por uma ansiedade excessiva e persistente em situações sociais, como medo de ser julgado ou avaliado por outros.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Caracterizado por sintomas de ansiedade e estresse que ocorrem após uma experiência traumática, como um acidente, uma agressão ou uma guerra.
Transtorno de Ansiedade de Separação: Caracterizado por uma ansiedade excessiva e persistente em relação à separação de uma pessoa ou lugar seguro.
Fobia Específica: Caracterizada por uma ansiedade excessiva e persistente em relação a um objeto, situação ou atividade específica, como medo de altura, medo de aranhas, etc.
O estresse pós-traumático ou síndrome pós-traumática é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando se recorda do fato, ele revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.
Os sintomas podem manifestar-se em qualquer faixa de idade e levar meses ou anos para aparecer. Eles costumam ser agrupados em três categorias:
Os transtornos psicossomáticos são doenças que envolvem tanto o corpo quanto a mente. Isso significa que problemas emocionais e psicológicos acabam se refletindo no corpo, causando sintomas físicos reais — mesmo que não exista uma causa médica aparente.
Por exemplo, uma pessoa que vive constantemente estressada ou ansiosa pode começar a sentir dores de cabeça, no estômago, no peito ou até ter dificuldade para respirar. Esses sintomas são reais e trazem muito desconforto, mas não são causados por uma doença física específica. Eles surgem como resultado de sentimentos e emoções mal resolvidas.
Esse tipo de condição também é conhecido pelos termos “somatização” ou “transtorno somatoforme”. O CID-10 (Código Internacional de Doenças) descreve esses transtornos como sintomas físicos repetitivos e persistentes, ligados a situações emocionais difíceis, mesmo que não haja uma causa médica identificada.
Já o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) chama essa condição de “transtorno de sintoma somático e transtornos relacionados”. Ele destaca que esses sintomas atrapalham o dia a dia da pessoa e que o sofrimento é ainda maior por causa da forma como ela lida com os sintomas — com pensamentos, emoções e comportamentos que pioram a situação.
Esses sintomas podem variar bastante: às vezes são leves, às vezes mais intensos, e podem aparecer em apenas uma parte do corpo ou em várias ao mesmo tempo.
Os transtornos mentais têm se tornado uma preocupação crescente no ambiente de trabalho, afetando tanto a saúde dos trabalhadores quanto a produtividade das organizações. França e Viana (2018) apontam que condições de trabalho com alta exigência, baixo controle, pouco apoio social e desequilíbrio entre esforço e recompensa são frequentemente relatadas por trabalhadores afastados por adoecimento mental. Esses fatores psicossociais atuam como gatilhos para o surgimento de transtornos como ansiedade e depressão, influenciando diretamente a saúde emocional dos colaboradores.
Além disso, França et al. (2017) evidenciam que os transtornos mentais estão associados ao aumento do absenteísmo, à dificuldade de reinserção no mercado de trabalho e à redução da produtividade. Mesmo com esses impactos, muitos casos não são reconhecidos oficialmente como relacionados ao trabalho, o que dificulta o acesso dos trabalhadores a direitos como o auxílio-doença de natureza acidentária.
Segundo estudo publicado na Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences (2024), o sistema previdenciário atual tem limitações na identificação do nexo entre o adoecimento mental e as condições de trabalho, muitas vezes desconsiderando fatores psicossociais relatados pelos próprios trabalhadores. Isso demonstra a necessidade de aperfeiçoamento dos métodos de avaliação pericial, bem como a utilização de instrumentos que levem em conta essas variáveis. Diante desse cenário, é essencial que as organizações adotem práticas que promovam a saúde mental no ambiente laboral, como o fortalecimento do apoio social, a escuta ativa e mudanças na gestão das demandas de trabalho. Além disso, políticas públicas que articulem saúde mental e contexto ocupacional são fundamentais para mitigar os impactos desses transtornos.
Veja bem, investir na saúde emocional dos colaboradores é uma estratégia eficaz para transformar o ambiente corporativo e impulsionar resultados, para um desempenho cada vez mais promissor. A nossa plataforma oferecerá a você soluções que contribuem diretamente para o aumento da produtividade, promovendo mais foco dos seus funcionários, criatividade e eficiência nas rotinas de trabalho. Além disso, por meio de ações preventivas e conteúdo qualificado, será possível reduzir significativamente o impacto de transtornos mentais no cotidiano da equipe, diminuindo afastamentos e melhorando a presença ativa dos profissionais.
Ah! Inclusive, vale lembrar que a promoção da saúde mental no ambiente de trabalho deixou de ser apenas uma boa prática e tornou-se uma exigência legal no Brasil, você sabia? A partir de 26 de maio de 2025, todas as empresas deverão implementar medidas específicas para identificar e gerenciar riscos psicossociais, conforme a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 2024. Essa norma inclui fatores como sobrecarga de trabalho, jornadas prolongadas, assédio moral ou sexual, falta de suporte organizacional e pressão por metas inatingíveis como riscos ocupacionais que devem ser avaliados e mitigados pelas organizações.
Além disso, a Lei nº 14.831, de 27 de março de 2024, instituiu o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental. Essa certificação reconhece empresas que adotam políticas e ações voltadas à promoção da saúde mental e do bem-estar de seus colaboradores. Para obtê-la, as organizações deverão implementar programas de apoio psicológico, campanhas de conscientização, capacitação de lideranças e medidas de combate à discriminação e ao assédio. Ao estimular relações saudáveis e promover um ambiente respeitoso e acolhedor, a empresa fortalece o clima organizacional, ampliando o engajamento e a colaboração entre os times. Esse cuidado também se reflete na imagem institucional: organizações que valorizam o bem-estar de suas equipes conquistam mais confiança do mercado e destacam-se pela responsabilidade com as pessoas.
Com base em dados coletados por meio de formulários e pesquisas, gestores podem tomar decisões mais assertivas e alinhadas à realidade da equipe. Além disso, oferecemos conteúdos educativos que auxiliam líderes a lidarem com saúde mental de forma empática, sensível e estratégica. Convencemos você? Ao adotar nossa plataforma, sua empresa dara um passo importante em direção a um ambiente mais humano e produtivo.